sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Meio Ambiente: Projetos trazem riscos para áreas de proteção ambiental.



desmatamento
Especialistas temem consequências.
Estão em tramitação no Congresso Nacional, vários projetos de lei que colocam em risco terras indígenas e áreas de proteção ambiental. Especialistas temem que se aprovados, os projetos possam vir a trazer impactos irreversíveis para ecossistemas brasileiros de importância reconhecida em todo o mundo, afirma estudo que será publicado hoje na revista científica Science.
O Projeto de Lei 3.682/2012, que tramita na Câmara, prevê a exploração de minérios em até 10% da área de unidades de proteção integral. Entre as 578 terras indígenas analisadas, 251 (43%) delas têm interesse mineral. No caso de 505 áreas de proteção integral, 236 (47%) estão na mira de mineradoras. Um total de 28% das terras indígenas, ou 281.443km² têm sobreposição com regiões de interesse de exploração — uma área maior que o Reino Unido ou que o estado de São Paulo.

No estudo feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em Belém, em parceria com pesquisadores britânicos, foi revelado que pelo menos 20% das áreas estritamente protegidas e reservas indígenas coincidem com locais que foram oficialmente registrados como de interesse para a mineração. Entre as 578 terras indígenas analisadas, 251 (43%) delas têm interesse mineral. No caso de 505 áreas de proteção integral, 236 (47%) estão na mira de mineradoras. Ao todo, 34.117km² de áreas de proteção integral — equivalentes ao tamanho da Suíça — estão hoje no radar da mineração, entre elas Parques Nacionais e Reservas Biológicas.
Luiz Aragão, co-autor do estudo, explica que “nossa preocupação é que, mesmo que as ações de mitigação propostas sejam postas em prática estas são muito simplistas porque não consideram os efeitos indiretos de megaprojetos. Esses projetos normalmente mobilizam milhares de trabalhadores e levam a um rápido crescimento da população local. Isto, combinado com novas estradas e vias de acesso é uma receita para o surgimento de novas fronteiras de desmatamento”. Além disso, segundo o artigo, muitos dos sistemas hídricos associados com áreas protegidas serão influenciados pela construção de grandes usinas hidrelétrica.

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