quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Ex-diretor da Petrobras faz acordo para devolver mais de R$ 250 milhões

Um dos ex-funcionários da Petrobras envolvidos no escândalo, e que fez acordo de delação premiada, chamou atenção pelo valor que ele aceitou devolver aos cofres públicos: mais de R$ 250 milhões.
O engenheiro Pedro José Barusco Filho era gerente-executivo de Serviços e Engenharia da Petrobras, braço direito do diretor da área Renato Duque. Estima-se que, nesse cargo, Barusco recebia um salário em torno de R$ 60 mil por mês.
Barusco é divorciado e mora em uma casa com piscina e vista para o mar na Joatinga, uma das regiões mais bonitas do Rio de Janeiro. O valor médio dos imóveis no bairro está em torno de R$ 6 milhões. Segundo os vizinhos, portas e janelas da casa de Barusco estão fechadas desde terça-feira (18).
O que impressiona é que um funcionário da estatal, que nem estava no topo da hierarquia da empresa, tenha feito um acordo para devolver aos cofres públicos US$ 100 milhões, que equivalem hoje a R$ 258 milhões.
Até o Ministério Público se espantou com a quantia. Para os procuradores, se um subordinado como Barusco juntou tudo isso, o montante desviado em toda a operação pode ser muito maior.
No cargo que ocupava, Barusco era responsável por implementar as obras dos principais setores da Petrobras. Assim, participava diretamente da contratação de empreiteiras em refinarias, plataformas e gasodutos.
Em depoimentos à Justiça, os empresários Augusto Mendonça e Júlio Camargo disseram ter pago propina a Pedro Barusco em pelo menos nove obras, entre elas a da Revap, em São José dos
Campos, onde ele e Renato Duque teriam dividido R$ 6 milhões. Mais R$ 3 milhões para os dois no projeto do gasoduto de Cabiúnas 2, em Macaé, no Norte Fluminense.
Sem citar valores, os empresários mencionam propinas também no Comperj, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, e ainda o desvio de R$ 12 milhões para o exterior nas obras da Repar, no Paraná.
Barusco deixou a Petrobras em 2010, quando se aposentou e foi nomeado diretor da Sete Brasil, uma empresa que constrói sondas para a exploração do pré-sal. No ano passado, ele parou de trabalhar em razão de um tratamento de saúde.
FONTE: CEARÁAGORA

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