Em sabatina realizada pela Folha de São Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan, a candidata do PT à reeleição classificou de “lamentável” e “inadmissível” a recomendação do banco Santander a correntistas informando que uma eventual reeleição de Dilma poderia ter efeitos negativos para a economia.
A direção do banco teve de se retratar e se desculpou pelo envio do relatório, alegando ter sido um erro de um analista que divulgou a recomendação sem consultar superiores.
Sem citar diretamente o episódio, a presidente fez um alerta: quem especular com a eleição vai se dar mal. “Sempre que especularam, não se deram bem”.
Para ela, “é inadmissível aceitar qualquer nível de interferência de qualquer integrante do sistema financeiro de forma institucional na atividade eleitoral e política”. “A pessoa que escreveu a mensagem (do Santander) fez isso sim e isso é lamentável. Isso é inadmissível pra qualquer, eu diria qualquer, candidato. Seja eu ou qualquer outro”, relatou.
Sobre inflação, Dilma comparou seu governo com o do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002): “O presidente Lula pegou taxa de inflação extremamente alta, de 12,5%, do FHC. Acho que usam dois pesos e duas medidas para julgar meu governo. Ela (a inflação) não está descontrolada”, disse.
“Ela está no teto da banda (o centro da meta é de 4,5%; o teto da banda, de 6,5%)”. Para ela, o Brasil enfrenta o pior momento da economia internacional desde 2008, quando o mundo foi atingido por uma grave crise.
“Está havendo o mesmo pessimismo que aconteceu com a Copa com a economia brasileira. E com a economia é mais grave, porque economia é feita com expectativa. Se alguém bota na cabeça que a situação está descontrolada (...)”, argumentou.
Israel
Durante a entrevista, a presidente afirmou que o conflito entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza não pode ser chamado de “genocídio”, mas, sim, de “massacre”. Dilma lamentou a declaração do porta-voz israelense Yigal Palmor, para quem o Brasil é um “anão diplomático”. Segundo ela, a frase cria um “clima ruim”, mas descartou ruptura das relações diplomáticas.
Mensalão
A presidente disse ainda que houve “grande discrepância” em relação à investigação do mensalão do PT, que resultou na condenação pelo Supremo Tribunal Federal de 25 réus, e do mensalão do PSDB, cujo processo tramita na Justiça de Minas. “Nessa história da relação com o PT tem dois pesos e umas 19 medidas. Porque o mensalão (do PT)foi investigado. Agora, o mensalão mineiro (do PSDB), não”. A candidata insinuou que houve engavetamento no caso tucano, depois dois réus renunciaram aos mandatos no Congresso como estratégia para levar os processos à primeira instância da Justiça Federal.
“Quando foi o nosso caso, tomamos todas as providências. Não tivemos nenhum processo de interromper a Justiça. Não pressionamos juiz, não falamos com procurador, não engavetamos o processo”, afirmou.
Ao ser questionada sobre a Petrobras, Dilma disse que não saiu desgastada do caso Pasadena. Pelo contrário, teria comprovado a adoção de “uma conduta muito decente” em todo o processo. A compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela estatal, em 2006, abriu uma crise política no governo.
A candidata à reeleição, ao falar sobre o mensalão do PT e do PSDB, disse que há “dois pesos e umas 19 medidas”
FOTO: REUTERS
fonte: DIÁRIO do nordeste

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