Dados coletados por satélites de referência, em órbita da Terra, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, neste mês, foram registrados 15.622 focos de incêndio nas regiões florestais a afins em todo o Brasil. Esse volume representa aumento superior a 160%, em relação ao mesmo período de 2013, quando o Inpe registrou 5.946 focos.
Os informes revelam que Mato Grosso é o Estado mais atingido por chamas, seguido pelo Pará e Maranhão. Juntos, os três somam quase 44% do total de focos ao longo do mês. O Pará também se destaca por abrigar o município com o maior número de registros, São Félix do Xingu, com 551 focos.
Conforme o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a ampliação dos registros não é surpresa. A condição climática e o acúmulo de matéria orgânica, decorrente da redução das queimadas do ano passado, favoreceram esse crescimento.
O Ibama avalia que a escavação de aceiros negros (vala queimada em torno da unidade de conservação) é a maneira mais eficaz de prevenir os incêndios. Servem de controle da queima da vegetação, consequentemente impedem o avanço do fogo.
Educação ambiental
Para evitar o descontrole, técnicos do instituto ressaltam a importância de ações de educação ambiental junto à população. Para esses técnicos, é considerado incêndio o fogo que se espalha sem controle pelas florestas e matas, originado ou não pelo homem. Já as queimadas têm a presença direta da pessoas humana e são utilizadas, principalmente, para preparar determinada área para plantio ou pecuária.
Devido ao baixo custo, a prática de limpeza de terrenos com uso de queimadas é tão comum como os riscos que ela representa. Em Mato Grosso, por exemplo, a técnica é proibida de 15 de julho a 15 deste mês.
Os biomas amazônico e do Cerrado totalizam 87% do volume de queimadas e incêndios em todo o território nacional. Analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Angela Barbara Garda informou que o incêndio transforma-se em ameaça às espécies animais e vegetais quando compromete seguidamente a reprodução dos espécimes, impedindo sua perpetuação a longo prazo: “É importante lembrar a existência de ambientes sensíveis, mas tolerante e até dependentes do fogo”, salientou. (da Agência Brasil)
Fonte: Jornal O POVO
Nenhum comentário:
Postar um comentário