segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Saída da inadimplência está mais rápida no País

Inadimplência
Maturidade do brasileiro é apontada como principal fator para a diminuição do tempo que o brasileiro levava para limpar o nome na praça
FOTO: MARÍLIA CAMELO
Diminuiu o tempo que os inadimplentes levam para limpar o nome e sair da lista de consumidores negativados, quitando integralmente as pendências ou renegociando as dívidas. Neste ano, o prazo médio é de 70 dias, ante 83 dias em 2011 e 2012 e de 74 dias no ano passado, de acordo com estudo feito pela Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).
Os resultados foram obtidos a partir da base nacional de consultas recebidas pela empresa, que é de 11 milhões de registros mensais. "Em três anos, o prazo médio para deixar a lista de inadimplentes foi reduzido em 13 dias. Essa é a boa notícia", diz o diretor de sustentabilidade da empresa, Fernando Cosenza.
Fatores que ajudaram
Entre os fatores apontados por ele para esse recuo estão a queda do índice de inadimplência do consumidor, o crédito mais contido e a maior flexibilidade das empresas para renegociar dívidas. Em relação à inadimplência, Cosenza observa que o índice aumentou no curto prazo, mas, mesmo assim, é inferior ao registrado três anos atrás.
A inadimplência do consumidor em agosto ficou em 4,4% dos créditos a receber, o mesmo resultado de julho, segundo dados do Banco Central. Em agosto do ano passado estava em 4,8%. De toda forma, o principal fator, na avaliação do executivo, que contribuiu para essa redução no prazo médio de regularização de dívidas em atraso foi o amadurecimento do brasileiro em relação à sua situação financeira.
Prazo varia por setor
Um dado do estudo que chama atenção é que o prazo médio para regularização de dívidas em atraso é maior nas empresas do setor financeiro em relação às empresas não financeiras. No primeiro caso, o prazo médio é de 72 dias, ante 63 dias nas empresas não financeiras.
Cosenza explica que as dívidas pendentes com financeiras e bancos demoram mais tempo para serem quitadas integralmente ou renegociadas porque geralmente a suspensão do crédito não é imediata, caso do cheque especial. "Não tem como cortar o dinheiro", afirma.
Quando se avalia o prazo médio por ramo de atividade, o resultado que chama atenção é que os serviços de utilidade pública, como luz e água, são os ramos que têm menor prazo médio para quitar pendências: 42 dias. Na análise de Cosenza, isso ocorre porque as pessoas dão prioridade para resolver as dívidas em atraso de serviço básicos que podem comprometer o andamento do seu dia a dia.
No extremo oposto, o ramo de atividade que registra o maior prazo para o inadimplente regularizar as dívidas em atraso é o de telecomunicações: 162 dias. Cosenza explica que dois fatores contribuem para isso. O primeiro é que, pelas regras da Agência Nacional de Telecomunicações, só é permitido incluir o usuário de telefonia na lista de inadimplentes após 90 dias da data de vencimento da dívida não paga. Também com a facilidade de usar uma linha pré-paga, a telefonia perdeu importância no rol de serviços básicos.
Diário do Nordeste

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