O ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, reivindicou o direito de ficar calado durante seu depoimento. Ele não aceitou a proposta do presidente da Comissão, Vital do Rêgo (PMDB-PB) de tornar a sessão fechada para que ele falasse o que sabe, Rêgo então decidiu que a sessão se manteria aberta. Após se negar a responder três perguntas do relator Marco Maia (PT-RS), o senador Agripino Maia (PSDB-RN) solicitou que a CPMI solicitasse ao STF acesso a todo o processo, inclusive à delação premiada.
O deputado Mendonça Filho (DEM) fez um requerimento para tornar a sessão fechada contrariando a posição do presidente da CMPI que havia definido a mesma como aberta. Na votação, dez membros da Comissão votaram pela sessão aberta e oito pela secreta. Ele está preso no Paraná e fez acordo de delação premiada em que teria citado autoridades que estariam envolvidas com desvio de recursos da Petrobras, segundo reportagem da revista Veja da semana passada.
Costa chegou ao Congresso escoltado pela polícia federal, sem algemas e conta com a assistência de advogado durante o depoimento. Este é o segundo depoimento de Paulo Roberto Costa no Congresso. Em junho, antes da delação premiada, ele esteve na CPI do Senado e negou a participação em desvios de dinheiro da Petrobras. Ele se disse injustiçado, acusou a imprensa de “publicar dados sem fundamento” e disse que não sabia que Alberto Youssef era doleiro.
À CPI, Paulo Roberto Costa admitiu também que, embora não tivesse formalizado um contrato, prestou um serviço de consultoria ao doleiro e recebeu como pagamento um carro no valor de R$ 250 mil, mais R$ 50 mil pela blindagem. No dia seguinte do depoimento aos senadores, o ex-diretor da Petrobras foi novamente preso, depois que o Ministério Público descobriu que ele mantinha US$ 23 milhões em contas no exterior.
Fonte: Ceará Agora
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