sábado, 13 de setembro de 2014

Escândalo e Corrupção: Reportagem de Veja mostra PT sob chantagem na Petrobras

Uma reportagem da Revista Veja que, neste sábado, às bancas e a assinantes, mostra desdobramentos do ciclo de denúncias de corrupção que marca os últimos 10 anos da Petrobras. A reportagem revela que lideranças nacionais do PT teriam cedido à chantagem em troca do silêncio de envolvidos com o rumoroso caso que provocou a prisão do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef, que intermediava a legalização do dinheiro saído dos contratos superfaturados, de acordo com investigações da Polícia Federal, para os cofres de servidores, ocupantes de cargos de confiança e políticos. Costa aceitou a delação premiada, enquanto Youssef sofre pressão para adotar a mesma decisão. A delação premiada – com o compromisso da revelação da verdade sobre o esquema de corrupção, os garante penas mais brandas.
O esquema de corrupção na Petrobras marca o noticiário dos últimos 10 dias na imprensa brasileira após os depoimentos de Paulo Roberto Costa à Polícia Federal. As revelações tiram o sono de muitos políticos e geram apreensão entre membros do Governo Federal e do PT. A presidente Dilma Rousseff tem dito que se soubesse das denúncias de corrupção teria demitido envolvidos mais cedo.  Em trechos da reportagem da Revista Veja, que você ler abaixo, um dos destaques é ‘’desde que estourou o escândalo da Petrobras, o PT é vítima de uma chantagem’’.
Reportagem da Veja
De posse de um documento e informações que comprovam a participação dos principais líderes petistas num desfalque milionário nos cofres da estatal, chantagistas procuraram a direção do PT e ameaçaram contar o que sabiam sobre o golpe caso não fossem devidamente remunerados. Às vésperas da corrida presidencial, essas revelações levariam nomes importantes do partido para o epicentro do escândalo, entre eles o ex-presidente Lula e o ministro Gilberto Carvalho, um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, e ressuscitariam velhos fantasmas do mensalão. No cenário menos otimista, os segredos dos criminosos, se revelados, prenunciariam uma tragédia eleitoral. Tudo o que o PT quer evitar. Dirigentes do partido avaliaram os riscos e decidiram que o melhor era ceder aos chantagistas — e assim foi feito, com uma pilha de dólares.
O PT conhece como poucos o que o dinheiro sujo é capaz de comprar. Com ele, subornou parlamentares no primeiro mandato de Lula e, quando descoberto o mensalão, tentou comprar o silêncio do operador do esquema, Marcos Valério. Ao pressentir a sua condenação à prisão, o próprio Valério deu mais detalhes dessa relação de fidelidade entre o partido e os recursos surrupiados dos contribuintes. Em depoimento ao Ministério Público, ele afirmou que o PT usou a Petrobras para levantar 6 milhões de reais e pagar um empresário que ameaçava envolver Lula, Gilberto Carvalho e o mensaleiro preso José Dirceu na teia criminosa que resultou no assassinato, em 2001, do petista Celso Daniel, então prefeito de Santo André. A denúncia de Valério não prosperou. Faltavam provas a ela. Não faltam mais. Os dólares serviram para silenciar o chantagista Enivaldo Quadrado, ele próprio participante da engenharia financeira do golpe contra os cofres da maior estatal brasileira — e agora o personagem principal de mais uma trama que envolve poder e dinheiro.
Quadrado deu um ultimato ao tesoureiro do PT, João Vacari Neto: ou era devidamente remunerado ou daria à polícia os detalhes de documento apreendido no escritório do doleiro Alberto Youssef. O documento era um contrato de empréstimo entre a 2 S Participações, de Marcos Valério, e a Expresso Nova Santo André, de Ronan Maria Pinto. O valor desse contrato é de 6 milhões de reais, exatamente a quantia que Valério dissera ao MP que o PT levantara na Petrobras para abafar o escândalo em Santo André. É esse o contrato que prova a denúncia de Valério. É esse o contrato que, em posse de Quadrado, permitia ao chantagista deitar e rolar sobre os petistas

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