segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Abstenção: maior adversário no segundo turno no CE

A abstenção será um dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, adversários dos candidatos ao Governo do Estado e a Presidência da República no Ceará nesse segundo turno. Os coordenadores de campanha trabalham com esse cenário, mas a ausência dos eleitores aos locais de votação pode comprometer previsões e frustrar expectativas sobre o sonho dos votos a serem obtidos.
Sem candidatos à Assembleia Legislativa e Câmara Federal que os estimulam a votar e, também, os conduzem a cidades do Interior do Estado, os eleitores ficam desmotivados para viajar. Esse é um dos obstáculos para uma presença mais massiva dos eleitores cearenses no segundo turno. Contribui, ainda, para aumento da abstenção, a dificuldade para o transporte dos votantes entre distritos e sedes de municípios, onde se concentra a maior quantidade de urnas eletrônicas.
A abstenção será menor em áreas urbanas com maior densidade populacional. Perto das secções, os eleitores farão um esforço para ir votar. Agora, quem mora mais distante – como, por exemplo, sair de município para votar em qualquer cidade do Interior, ficará em casa, torcendo por um dos candidatos a governador e presidente da República e, na primeira oportunidade, irá justificar o voto.
O quadro de abstenção preocupa, também, os candidatos a Presidente da República na maioria dos estados brasileiros. Um diagnóstico é o motivo para a preocupação: desiludidos com propostas apresentadas pelos candidatos à Presidência e desconfiados das promessas feitas em palanques, 27,7 milhões de eleitores brasileiros não compareceram às zonas eleitorais no primeiro turno.
O número de eleitores que não compareceram às urnas foi o mais alto desde o pleito de 1998. Somados aos 4,4 milhões de eleitores que votaram em branco e mais 6,6 milhões que anularam os votos, um total de 38,7 milhões de eleitores preferiram não escolher um candidato à Presidência da República. Esse número representa 29% dos 142,8 milhões de eleitores no país, quantidade superior à votação do segundo colocado na disputa pelo Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (PSDB), que recebeu 34,8 milhões de votos.
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE, o alto número de eleitores que preferiram não participar da disputa no primeiro turno superou as abstenções das últimas três eleições presidenciais. O maior número de abstenções em eleições foi no primeiro turno de 1998, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) buscava a reeleição. Naquele ano, 21,5% dos eleitores não foram às urnas. Nas eleições seguintes, a abstenção passou a cair. Em 2002, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para o primeiro mandato, a abstenção foi de 17,7%. Em 2006, quando Lula foi reeleito, o índice caiu para 16,7%. No entanto, em 2010, as abstenções voltaram a crescer, chegando a 18,1%

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