quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Pacientes e servidores denunciam faltam de material em hospitais municipais de Fortaleza

Denúncias feitas por profissionais e por pacientes do sistema de saúde do Município apontam deficiências nos serviços, agravadas neste fim de ano. Os relatos envolvem falta de materiais de higiene e de curativos, além do cancelamento de exames. A Prefeitura de Fortaleza nega a situação, acrescentando que as falhas relatadas são fruto de mudança operacional implantada em alguns serviços para evitar o desperdício de materiais.
A sogra de Rodrigo Furtado está internada no Hospital da Mulher desde agosto com problemas devido às diabetes. Desde então, ele vem acompanhando uma queda na qualidade dos serviços prestados. “A minha sogra está na enfermaria e é minha esposa quem tem que fazer a limpeza e o curativo dela também. Às vezes, a gente tem que levar gaze, esparadrapo, produtos de limpeza e até sabonete”, afirmou.
De acordo com Rodrigo, o problema se agrava nos fins de semana. Ele relata que exames também são prejudicados pela falta de pessoal. “Na última terça-feira, a gente precisou esperar 45 minutos para uma hemodiálise porque tínhamos que aguardar uma pessoa abrir e preparar a sala”, afirmou. “Aquilo ali está abandonado. Isso ficou assim de uns dois meses para cá”, completou.
A reportagem do jornal Diário do Nordeste teve acesso também a uma comunicação interna em papel timbrado do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) e da Prefeitura de Fortaleza, datada deste mês, informando a suspensão de exames hormonais e imunológicos em oito unidades: Francisco Pereira de Almeida, Fernandes Távora, João XXIII, Recamonde Capelo, Sobreira Amorim, Waldemar de Alcântara, Hermínio Leitão e Gutemberg Braun. O texto não informa quando os atendimentos retornarão e nem indica uma opção para os pacientes.
Para a técnica de enfermagem e diretora setorial de saúde do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort), Regina Cláudia Neri, a falta de material básico se repete em outros locais e foi agravada neste fim de ano. “O problema é que não tem verba. Foram criadas várias unidades de saúde e o recurso não aumentou, isso diminuiu o recurso dos hospitais”, afirmou. Desde 2013, a Prefeitura de Fortaleza ampliou e reformou Unidades Básicas de Saúde.
Regina Cláudia cita ainda problemas no Centro de Especialidades Médicas, que ficava na Praça José de Alencar e desde janeiro funciona temporariamente no posto de saúde Carlos Ribeiro, na Jacarecanga. “As pessoas estão deixando de ser atendidas por falta de espaço”, disse. “O prefeito prometeu 7 policlínicas, mas o problema é para hoje”.

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